Tradicionalmente, na política dos países ocidentais estabelece-se como primeiro marco de avaliação de governo quando o eleito completa cem dias de administração. Segundo os analistas políticos, essa centena de dias serve como termômetro para o grau de divórcio entre o presidente, seus eleitores e a população em geral. É desnecessário fazer essa revisão aqui, pois os cem primeiros dias de governo do capitão Jair Bolsonaro são suficientemente traumáticos para não nos esquecermos das marcas de sua precoce falência.
A pesquisa Datafolha divulgada no domingo, 7, aponta que o capitão é o mais mal avaliado presidente em primeiro mandato desde Fernando Collor. Bolsonaro reúne 32% de pessoas que o consideram ótimo/bom. Na verdade, ele deveria estar soltando rojão com esse resultado, de tão ruins que são sua forma de governar e os resultados decorrentes dela.
Com relação a isso, bastam alguns dados e algumas falas desta semana:
– “Desculpem as caneladas. Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar. (…) Às vezes, me pergunto: Meu Deus, o que fiz para merecer isso? É só problema.”
Esta fala não pode ser esquecida e deveria ser retomada sempre que seus apoiadores falassem do perfil que o capitão tem para o cargo que ocupa. Além dos problemas inerentes à administração (qual administrador não tem problemas?), quem se tornou a maior fonte de problemas, senão o capitão e sua trinca de filhos? Até quando seremos levados à deriva desse grupo familiar e sua horda de ministros trapalhões?
– “Tem vídeo meu que circula e eu penso: falei isso mesmo? (…) Vou me arrepender porque fiz xixi na cama aos 5 anos? Saiu, pô!”
Agora sabemos quais memórias (prazeres) profundas o golden shower despertou no capitão! Nada como um presidente ‘espontâneo’ para, pouco a pouco, irmos compreendendo os enredamentos internos que levam à fixação por certas imagens, atos, comportamentos, posturas. O que mais esse divã informal – a cadeira da presidência – poderá nos trazer sobre esse estranho personagem?
– A lengalenga da demissão do ministro da Educação já cansou. O que ele espera para colocar mais um general no ministério? Não é isso o previsto?
O Ministério da Educação está se liquefazendo: as demissões já chegam a 20; a execução de programas e seus prazos já estão atrasados; as ações estão paralisadas; a imagem do órgão está totalmente queimada; as disputas internas debilitam cada vez mais o órgão. Que outro nome isso tem a não ser desídia?
– Desemprego sobe a 12,4%, atingindo 13,1 milhões de pessoas. E o culpado é o IBGE…